Em um carro com câmbio automático deve-se trocar seu fluido lubrificante com a mesma atenção que damos ao óleo do motor?

Cada carro tem sua especificação para a troca do fluido da transmissão automática, a qual deve ser seguida com rigor, assim como ocorre com o óleo do motor. Em geral, a quilometragem típica para troca do lubrificante e do filtro (quando houver) desse câmbio é da ordem de 80 000 km. Caso o carro seja utilizado constantemente sob condições severas, como trabalho de táxi, rodando em região montanhosa ou puxando reboque, a frequência de troca deve ser aumentada para cada 50 000 km devido à ação das altas temperaturas no fluido.

Por que o EDL só funciona em baixas velocidades?
upondo que a sigla a que você se refira seja o de Electronic Differential Lock, saiba que ele não é um diferencial blocante, como a palavra sugere. O EDL não é instalado no diferencial, pois ele usa os sensores dos freios ABS nas rodas motrizes para determinar se uma delas está girando mais que a outra. Se a diferença existir e for maior que o equivalente a 40 km/h, o sistema do ABS vai frear a roda sem tração (que está girando mais), o que transfere o torque para a roda com maior aderência disponível. Esse sistema é eficaz, mas, devido às tensões que induz no sistema de freio, é usado somente a velocidades até 40 km/h.

É possível recondicionar amortecedores?

No passado, os amortecedores eram “recuperados”, o que consistia na troca do óleo que vai dentro da peça por outro mais viscoso para criar mais resistência ao passar pelas válvulas. Já no processo de remanufatura ou recondicionamento, os amortecedores são abertos e alguns componentes, substituídos – normalmente, as válvulas, os retentores e os anéis O-Rings –, além da troca do fluido (óleo) de acordo com o uso do veículo. A durabilidade desses amortecedores é menor que a dos novos, até porque as tolerâncias são maiores em função da fadiga e da deformação de tubos e hastes. A experiência diz que a escolha mais segura é sempre o amortecedor novo.

Ao fazer a troca do óleo do motor de meu Fox 1.6, colocaram 3 litros de um 5W-40 e 1 litro de um 5W-30, da mesma marca. Há algum problema em ficar desse jeito até a próxima troca, daqui a seis meses, ou devo trocá-lo imediatamente?

Não há risco iminente de falha ou dano do motor ao se usar óleo com viscosidade máxima 30 em vez de 40 numa situação excepcional, desde que o veículo esteja fora do período de garantia, é claro. Veja alguns exemplos vindos da própria indústria: o Toyota especifica para o Prius a viscosidade do óleo em função da temperatura externa. De -29ºC a mais de 38ºC deve-se usar um 5W-30. De -18ºC a mais de 38ºC, o 5W-30 ou 10W-30. Já a Mazda especifica 5W-30 para climas que vão de -30ºC a acima de 40ºC e 10W-30 de -25ºC a acima de 40ºC. Como se vê, a especificação do óleo é um tanto elástica justamente para acomodar eventuais falhas pontuais tanto de treinamento do frentista como do estoque no local da troca. Use seu carro como sempre usou e na próxima troca retorne ao óleo especificado.

Os freios de carros da Fórmula 1 se desgastam rapidamente. Os freios de corridas longas, como as 24 Horas de Le Mans, são diferentes ou são trocados durante a corrida?

A troca de pastilhas de freio e de discos é comum em provas longas como Le Mans, Daytona e outras do gênero que duram 12 ou 24 horas. São comuns mas com seu fim à vista. Já estão sendo fabricados em escala experimental freios que resistem às provas de longa duração sem substituição. Essa tecnologia ainda vai demorar para chegar aos carros de rua, em função do elevado custo que teria uma peça que hoje é tão barata de ser substituída.

O que é uma direção subesterçante?

Um carro subesterçante é aquele que durante uma curva descreve trajetória de raio maior que o esperado pela posição das rodas dianteiras. Portanto, ele esterça menos do que se espera – ele subesterça. Com isso, o veículo sai de frente. Para controlar essa condição, é necessário aliviar o pé do acelerador. Os carros com tração dianteira apresentam esse traço devido à combinação do controle da direção e da tração nas rodas dianteiras. Os automóveis modernos têm essa característica dinâmica por opção de projeto, pois é mais controlável por motoristas menos experientes. Já sobresterçante é a característica do carro que sai de traseira, ou seja, ele esterça mais do que deveria. Em geral, é mais comum em veículos de tração traseira. Para corrigir essa situação, o motorista tem de virar a direção no sentido oposto da curva. É o chamado “opposite lock”.